domingo, 28 de agosto de 2011

Dirceu compara revista brasileira a diário inglês fechado por praticar escutas ilegais

27/8/2011 15:15,  Por Redação - de São Paulo
Dirceu
José Dirceu foi ministro no governo Lula

Capa de uma revista semanal de grande circulação no país, neste fim de semana, o ex-ministro José Dirceu deverá ingressar com uma ação judicial contra a editora da publicação, ligada a grupos de ultradireita no Brasil e no exterior, por crime contra os direitos individuais do cidadão.  

Dirceu afirma que, “depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade”.

– Houve a prática de um crime, no momento em que ele (o repórter Gustavo Nogueira Ribeiro) tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília – afirmou Dirceu ao Correio do Brasil.

Segundo o ministro, a publicação iniciou um “verdadeiro ardil” nesta quarta-feira, quando o jornalista Gustavo Ribeiro se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto em que normalmente se hospeda.


– Uma vez alojado no hotel, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.

O repórter não contava, porém, com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão.

Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima.

O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial – disse.


Nova tentativa

Ainda na tentativa de seguir os passos do ex-ministro-chefe da Casa Civil, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o repórter se fez passar por assessor da Prefeitura de Varginha junto à administração do hotel, e insistia em em deixar no quarto “documentos relevantes”, relata Dirceu.

– Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome.

O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos” – acrescentou.

De acordo com o ex-ministro, “os procedimentos de Veja se assemelham ao escândalo recentemente denunciado na Inglaterra, do tablóide News of the World“.

– O diário inglês tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais.

O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos – lembrou.

O ex-deputado petista e líder guerrilheiro contra a ditadura militar, durante os Anos de Chumbo, viu-se novamente diante da prática utilizada por agentes da repressão enquanto um outro repórter da mesma revista,

Daniel Pereira, buscava invadir sua privacidade, já no dia seguinte, após a publicação obter, de maneira a ser explicada no curso do processo-crime, as imagens de personalidades do mundo político e empresarial recebidos por ele, em trânsito pelo hotel.

– No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, foi a vez de outro repórter da revista entrar em contato com minha assessoria, com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília – pontuou.


Invasão de privacidade

“O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide”, escreveu nesta sexta-feira, em seu blog, o ex-ministro.

As perguntas enviadas pela revista foram:

“1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel.
 Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?

“2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?

“3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?”


Farsa

Diante da movimentação constatada ao longo da semana, o ex-ministro soube também, por diversas fontes, “que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos”, disse.

– Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades.

Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais – concluiu.


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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dilma é 3ª mulher mais poderosa do mundo


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Dilma Rousseff participou de jantar oferecido pelo vice-presidente Michel Temer
Líder brasileira recebeu posição de destaque em lista elaborada pela revista norte-americana
São Paulo. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT), aparece em terceiro lugar na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo, divulgada ontem pela revista Forbes. Dentre elas estão políticas, empresárias e personalidades da mídia e do entretenimento. A lista é encabeçada pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, de 57 anos, e em segundo lugar está a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, 63 anos.

A presidente brasileira, de 63 anos, é descrita como a primeira mulher a comandar a maior economia da América Latina. "Dilma Rousseff fez manchetes quando foi eleita para liderar a maior economia da América Latina, mas de muitas maneiras a eleição não foi uma surpresa. É sua trajetória até o cargo que é marcante. Envolvida na política radical da América Latina, ela ficou presa por dois anos", diz o texto da Forbes. Além de Dilma, há outra brasileira no ranking: a modelo Gisele Bündchen, que ficou com a 60ª posição.

Jantar de aproximação
Enquanto no exterior há o glamour de estar entre as mais poderosas, no ambiente interno Dilma enfrenta o desafio de acalmar sua base aliada. Em jantar oferecido na terça-feira pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), à presidente e ao PMDB no Palácio do Jaburu, a meta era aproximá-la mais ao partido e diluir a crise interna.

De acordo com um dos participantes do jantar, Dilma circulou com desenvoltura e distribuiu simpatia e atenções entre grupos de deputados e senadores. "Foi um gesto significativo de aproximação com o partido", definiu o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).

Envolvido em denúncias, o ministro do Turismo, Pedro Novais, que havia prestado depoimento no Senado à tarde, foi saudado como alguém que não deve virar alvo da "faxina" presidencial num curto espaço de tempo. Entre peemedebistas da cúpula, o sentimento é de que o partido já contribuiu com sua "cota" para a faxina com a demissão de Wagner Rossi do Ministério da Agricultura.