terça-feira, 28 de agosto de 2012

Demóstenes recebeu caixa dois de empresa ligada a Cachoeira, diz CPI (Postado por Lucas Pinheiro)

 Documentos obtidos pela CPI Mista que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários indicam que o ex-senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) recebeu R$ 30 mil de uma empresa ligada ao esquema do contraventor, durante campanha eleitoral de 2010.

O depósito não aparece na prestação de contas do então senador ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A operação, segundo documentos da CPI, ocorreu em setembro de 2010, quando Demóstenes concorria à reeleição no Senado. Em julho deste ano, ele teve o mandato parlamentar cassado por quebra de decoro, em razão dos vínculos com Cachoeira.

Nesta terça, o G1 procurou por telefone o ex-senador, mas, até a última atualização desta reportagem, não tinha conseguido localizá-lo. Informação do Ministério Público de Goiás, onde Demóstenes Torres voltou a atuar como procurador de Justiça após ter deixado o Senado, é que ele está em licença médica.

A Alberto & Pantoja, que, segundo a Polícia Federal, é uma empresa fantasma vinculada ao grupo de Cachoeira, teria efetuado o depósito para a empresa Comercial de Bebidas Rolim.

 Em documento encaminhado à comissão mista no dia 24 de julho de 2012, Arlei Sousa Lacerda, responsável pela Comercial de Bebidas Rolim, afirmou que não sabia a origem do dinheiro recebido pela empresa.

Segundo ele, o recurso foi usado para pagar despesas de campanha do então senador Demóstenes Torres.

O depósito foi constatado por meio da quebra do sigilo bancário e fiscal da Alberto & Pantoja que foi encaminhado à CPI. A empresa é suspeita de receber recursos da Construtora Delta para suposta lavagem de dinheiro.

“Em atenção ao ofício de número 474/2012-CPI-Vegas cumpre-nos informar a esta comissão que o depósito de R$ 30 mil efetuado em conta da nossa empresa em 30 de setembro de 2010 e que só agora somos informados de sua origem, destinou-se a cobrir despesas de campanha em favor do então senador Demóstenes Torres, da qual participamos em nossa Cidade de Planaltina-GO”, disse o responsável pela empresa, em documento encaminhado à CPI.

 Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o repasse de recursos de R$ 30 mil não consta na prestação de contas feita pelo ex-senador. O comitê de campanha também não prestou contas do recurso recebido pela empresa de bebidas.

Afastamento
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) designou o conselheiro Fabiano Augusto Martins Silveira como relator do pedido para que o ex-senador de Goiás Demóstenes Torres seja afastado do cargo de procurador de Justiça. Segundo a assessoria, ele teve acesso ao processo na noite de segunda (27). Há possibilidade do relator dar decisão ainda nesta terça sobre o pedido de afastamento.

No dia 20 de julho, Demóstenes reassumiu o cargo no Ministério Público de Goiás, após 13 anos longe da instituição e dois dias depois de ter o mandato de senador cassado em Brasília, no dia 11 de julho.

O pedido protocolado é uma representação para avocação de reclamação disciplinar, instauração de processo administrativo disciplinar e pedido de suspensão/afastamento cautelar de Demóstenes, enquanto durarem as investigações contra ele.

O advogado de Demóstenes Torres, Antônio Carlos de Almeida Castro, informou ao G1 na tarde de segunda que o ex-senador ficou sabendo do pedido de afastamento pela imprensa e que, assim que for intimado, apresentará sua defesa.

 Cassado
Demóstenes Torres teve o mandato parlamentar cassado no último dia 11 de julho. Ele foi acusado de quebra de decoro parlamentar, suspeito de ter utilizado o mandato parlamentar para beneficiar os negócios do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Em votação secreta, 56 dos 80 senadores presentes votaram pela cassação, 19 foram contra e houve cinco abstenções. Com o resultado, Demóstenes se tornou o segundo senador cassado no Brasil; o outro foi Luiz Estevão, em 2000.

Com a cassação aprovada, Demóstenes Torres teve seus direitos políticos suspensos por oito anos a contar do fim do mandato parlamentar, que se encerraria em 2019. Dessa forma, Demóstenes só poderá voltar a disputar eleições a partir de 2027, quando tiver 66 anos.

Desde o início das denúncias, ele alegou que sua relação com Cachoeira, revelada em gravações da Polícia Federal, se limitava à amizade e que não sabia de qualquer atividade ilegal.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cachoeira admite estar envolvido com jogo ilegal, diz novo advogado (Postado por Lucas Pinheiro)

 Novo responsável pela defesa do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o advogado Nabor Bulhões afirmou ao G1 nesta quinta-feira (16) que seu cliente admite que está envolvido com a atividade de jogos.

Cachoeira foi preso em fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, apontado como chefe de uma organização que explorava jogos ilegal em Goiás e corrompia agentes públicos para manter o negócio.

Nabor Bulhões assumiu recentemente a defesa de Cachoeira, depois que o advogado Márcio Thomaz Bastos deixou o caso.

Embora admita que a atividade de jogos não é legalizada, Bulhões diz que a contravenção cometida por seu cliente é de "natureza menor".

"Ele [Cachoeira] está muito abatido, profundamente abatido, mas ele afirma que não cometeu crimes. Ele afirma e reafirma. Diz que estava envolvido com a atividade de jogos. Que, no máximo, isso configuraria contravenção penal, e é verdade. [...] Explorar atividade de jogo não é crime no Brasil. É contravenção penal. É uma infração de natureza menor [...] Não existe no Brasil a figura de organização criminosa", disse o advogado ao G1.

Segundo a Procuradoria Geral da República, a contravenção é uma infração penal classificada como um "crime menor". Por isso, é punida com pena de prisão simples e/ou de multa.

Em entrevista ao Fantástico, a mulher de Carlos Cachoeira, Andressa Mendonça, disse desconhecer as supostas contravenções do marido e afirmou que ele “só opera negócios lícitos”.

“Meu marido não é bicheiro. O Carlos que eu conheço é empresário, faz consultoria para empresas. Trabalhou durante anos, aproximadamente dez anos, com a loteria do estado de Goiás. Trabalhou no ramo de medicamentos”, disse na edição do programa de 1º de julho.

Desde que assumiu a defesa de Cachoeira, o advogado esteve em duas ocasiões com o contraventor na penitenciária da Papuda, em Brasília, onde Cachoeira está preso. Os encontros, ao todo, duraram cerca de três horas.

"Não há ser humano que possa não ficar deprimido num ambiente daqueles [prisão]. Na minha avaliação, ele [Cachoeira] envelheceu uns 20 anos em meses".

 O advogado afirmou que ainda não conseguiu analisar todos os processos envolvendo Cachoeira. Segundo ele, a estratégia de defesa ainda está sendo definida.

"O que eu posso dizer, nas primeiras análises que eu fiz, é que estou me convencendo de que há ilegalidades insanáveis no plano das interceptações telefônicas. Há vícios insuperáveis e, portanto, numa primeira avaliação, a investigação está marcada pela ilegalidade, está marcada pela prova ilícita".

Cachoeira ainda não falou diante da Justiça. Na audiência sobre a Operação Monte Carlo, na Justiça Federal de Goiânia no final de julho, o contraventor manteve o silêncio. A estratégia também foi usada no depoimento em que daria à CPI Mista que investiga as relações do contraventor com políticos e empresários. Nesta terça (14), a CPI aprovou um novo requerimento de convocação de Cachoeira. Segundo o advogado, ainda não há definição sobre um possível depoimento do contraventor aos parlamentares.

"No presente momento, estou na fase de análise. Não poderia te antecipar o que ele faria em relação à CPI. Eu estou examinando esta questão. Obviamente, quando ele vier a ser notificado, eu irei examinar rapidamente esta questão e defini-la com ele próprio, que é o grande interessado nisto", disse.

 Segundo o advogado, há uma "mistificação" em torno das atividades de Cachoeira.

"Não. Não é [criminoso]. Existe muita mistificação em torno das atividades dele. Ele é um empresário, inclusive com empresas e atividades lícitas, que queria também explorar o jogo. Isto, no máximo seria contravenção, não crime", reforçou.
 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Depoente diz que teve nome usado e negou ligações com Cachoeira (Post

 A comerciante Roseli Pantoja afirmou na manhã desta quarta-feira (15) aos parlamentares que integram a CPI Mista do Cachoeira, que teve o nome usado e não conhece o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Roseli disse à CPI que passou uma procuração ao ex-marido para ele abrir uma empresa.

Segundo a Polícia Federal, Roseli aparece como sócia da empresa Alberto & Pantoja Construções, que seria ligada ao esquema do contraventor.

“Eu não trouxe advogado. O que eu tenho a dizer é que meu nome fui usado. Eu fiquei sabendo há dois meses por um jornalista. Eu não tenho nada, nenhum envolvimento com esta quadrilha. Só sei que meu nome foi usado”, disse.

Aos integrantes da CPI, Roseli afirmou que seu nome é escrito com “i” e não com “y”, como foi informado pela Polícia Federal e pela comissão. Ela também não confirmou aos parlamentares o número do CPF que a comissão tinha como sendo dela. Os parlamentares leram os números do CPF e confrontaram com os números ditos por ela, e confirmaram que são diferentes.

 "Na medida em que ela vem aqui, não confirma o CPF, fica mais evidente a teia de crimes cometidos por esta quadrilha”, disse o relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG).

Segundo o relator, o CPF da Roseli com "Y" foi cadastrado em 2009, e a partir daí teria ocorrido a abertura das empresas. "Não é que o CPF era inválido. Usaram o nome da senhora Roseli e cadastraram em 9 de março de 2009 um outro CPF com o nome de uma pessoa parecido com o dela e trocando o i por y [em Roseli), com outro nome de mãe e no endereço que ela vivia", disse o relator Odair Cunha.

Roseli contou aos parlamentares que forneceu uma procuração ao ex-marido para que ele abrisse uma empresa no seu nome. Segundo ela, a empresa ainda não está completamente registrada. Ainda de acordo com ela, a procuração foi dada há menos de um ano.

Roseli confirmou que foi casada com Gilmar Carvalho Morais, que é sócio da G&C Construções Ltda, também tida pela Polícia Federal como empresa fantasma do esquema. Segundo ela, eles se separaram há dez meses. Ela negou ter sociedade com ele e também disse desconhecer que ele tenha uma empresa. "Ele é contador, pelo que eu saiba ele não tem empresa nenhuma."

Segundo ela, o casamento durou cerca de 13 anos. Questionada pelo autor do requerimento, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), sobre detalhes da procuração, entregue ao ex-marido, Roseli afirmou que a procuração foi um dos motivos da separação Segundo ela, o ex-marido abriu uma conta bancária no nome dela e houve problemas que geraram a separação do casal.

"Ele abriu uma conta, pegou empréstimo, deu vários cheques sem fundo, não pagou cartão de crédito e quando vi tinha várias pessoas atrás de mim me cobrando."

A empresária negou que conhecesse Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “Não, sei apenas o que vi na TV. [Nunca o vi]”, disse.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) sugeriu à comerciante ser incluída em um programa de proteção à testemunha, mas ela recusou. Disse não sentir medo por ter dado o depoimento na CPI e não precisar de segurança. "Acho que não, espero que não. Espero viver minha vida normalmente", respondeu.

Sem carro e com aluguel
Roseli disse aos parlamentares que nunca teve carro, e que paga aluguel de uma pequena loja de bijuterias. Ela foi para a CPI de ônibus. Segundo ela, o ex-marido tinha dívidas e temia que pessoas o procurassem por este motivo. "Ele dizia 'se alguém vier atrás de mim eu não estou aqui, eu sumi'", contou, relatando dívidas de agiotas.

Roseli afirmou aos parlamentares que decidiu comparecer à comissão depois que soube que estavam procurando seu endereço. "Eu vim aqui porque, pelo que eu soube pela internet , que procuraram um endereço meu e constava que eu tenho dois CPFs. Só que um com [Roseli] y e outro ou i. Por isso, achei que poderia ser eu", disse.

Ela afirmou que nunca viajou ao exterior. Em resposta ao senador Pedro Taques (PDT-MT), afirmou que tem apenas um cartão de crédito, com limite de R$ 500. O senador parabenizou Roseli por ter ido a CPI sem advogado. "É bom que existem advogados caríssimos, mas a senhora veio aqui sem advogado. Parabéns".

Segundo o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), Roseli teria sacado R$ 5 milhões em 66 transações. O dinheiro teria sido depositado na conta da Alberto & Pantoja pela construtora Delta. Ele negou que tenha realizado os saques. "Eu li, realmente, que eu tinha sacado, mas não fui eu. Eu tenho certeza absoluta que não estava lá e não saquei este dinheiro", disse Roseli.

Segundo ela, sua declaração de imposto de rende era feita pelo seu ex-marido. "Algumas vezes, ele deixava de fazer [declaração do imposto de renda] Ele ficava de fazer e não fazia", disse.

Paulo Teixeira pediu que a assessoria conversasse com ela, deixando os contatos, para que se sofresse alguma ameaça, ela procurasse a CPI.

Silêncio
O ex-presidente do Departamento de Trânsito (Detran) de Goiás Edivaldo Cardoso de Paula, que também tinha depoimento marcado para esta quarta-feira (15) na CPI do Cachoeira, conseguiu um habeas corpus da Justiça para permanecer em silêncio diante das perguntas dos parlamentares.

Edivaldo aparece em gravações da polícia referentes a um repasse de verbas do governo estadual para uma das empresas de Cachoeira e é suspeito de ter sido indicado para o cargo por Cachoeira. A decisão de conceder o habeas corpus foi tomada na terça (14) pelo ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Segundo orientação técnica, eu permanecerei em silêncio, segundo direito constitucional segurado a todos os brasileiros, mas quero apresentar meu respeito a todos os integrantes que compõem esta CPI [...] Peço que não seja interpretado como menosprezo ao trabalho legislativo. Peço escusas", disse Cardoso de Paulo.

Questionado pelo vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP) se queria explicar as suspeitas que recaem sobre ele, o ex-diretor do Detran negou. "Agradeço muito a gentileza, lembrando que minha convocação foi como testemunha, mas seguindo orientações técnicas, permanecerei em silêncio", disse.

Diante da negativa, Cardoso de Paula foi dispensado, o que gerou discussão entre alguns parlamentares que queriam que ele ficasse na sala. O senador Pedro Taques (PDT-MT) foi o primeiro a protestar contra o salvo conduto do STF em favor do ex-presidente do Detran-GO.

"Lamento a decisão do Supremo, isso diz que estamos nós parlamentares estamos praticando ameaça a cidadãos. O Supremo também manda que os depoentes possam não ser presos em decorrência do direito de não se autoincriminar. Isso aqui é uma vergonha", reclamou.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido de parlamentares da CPI Mista para que não ocorra mais a dispensa de depoentes que optarem por ficar em silêncio. A decisão é da ministra Rosa Weber.

"Se a regra é esta, vamos parar de convocar?", questionou o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG) afirmou que "entende" que o depoente pode ficar calado, mas afirmou que as relações de Cardoso de Paula com Cachoeira "são muito fortes". "Vossa excelência pode contribuir com o trabalho. Claro que o silêncio de vossa senhoria pode ser interpretado por nós como confirmações das investigações".

A liberação dos depoentes é um procedimento tomado pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) toda a vez que um dos depoentes ou testemunhas se reserva ao direito de permanecer calado, sem responder às perguntas.

No caso dos réus do processo envolvendo o esquema do contraventor, o direito de ficar calado para não produzir provas contra si é previsto na Constituição. Já as testemunhas podem ficar caladas caso consigam um habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal.

Outro depoimento previsto para esta quarta também resultou em silêncio. É o caso de Hillner Braga Ananias, ex-segurança do ex-senador Demóstenes Torres, que teve o mandato cassado em julho sob acusação de favorecer Cachoeira. Ananias também obteve uma decisão judicial que lhe garante o direito de ficar calado.

"Conforme orientação do meu advogado, permanecerei em silêncio", disse.

Hillner Ananias teve o nome citado em ligações captadas pela Polícia Federal durante as investigações da operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira, em fevereiro. O requerimento para ouvi-lo, de autoria do senador Pedro Taques (PDT-MT), diz que há trechos "suspeitos" na conversa e que Demóstenes confirmou que ele foi seu segurança de 2005 a 2011. Nesta terça, ele obteve habeas corpus no Supremo Tribunal Federal garantindo direito de permanecer calado. Questionado pelo relator Odair Cunha se era uma espécie de “ajudante” do ex-senador Demóstenes Torres, ele não quis falar.

"Eu agradeço a oportunidade, mas mantive contato com meu advogado e ele achou por bem, me orientou, ficar em silêncio".

terça-feira, 7 de agosto de 2012


Assessora do vídeo sexual é demitida do Senado (Josias de Souza)


A CPI do Cachoeira ficou mais feia nesta segunda (6). O senador Ciro Nogueira (PP-PI) mandou ao olho da rua Denise Leitão Rocha, a advogada bonitona que o assessorava na comissão.
Denise foi exibida num vídeo íntimo. Aparece nas cenas mantendo relações sexuais explícitas com um parceiro. A peça correu de olho em olho no Senado. Denise tornou-se uma instantânea celebridade nacional.
Antes do recesso, o senador Ciro dissera que a demitiria. Depois, revelara uma ponta dedúvida. Agora, alega que o afastamento foi necessário. A superexposição comprometeu, segundo ele, o “futuro dos trabalhos” da assessora. Ouvida, Denise considerou a demissão “machista” e “desumana.” Ainda pretende conversar com o agora ex-chefe.
O vazamento do vídeo encontra-se sob investigação num inquérito policial. Denise nega que tenha levado as imagens à internet. Seu parceiro sexual também diz que não foi ele quem tornou as cenas públicas. O caso permanece inconcluso.

Mulher de Cachoeira presta depoimento à CPI nesta terça-feira (Postado por Lucas Pinheiro)

A CPI Mista, que investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, ouve nesta terça-feira o depoimento da atual mulher do contraventor, Andressa Mendonça.

O advogado de Andressa, José Gerardo Grossi, entrou com um pedido para adiar o depoimento, mas o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI Mista, negou.

O advogado alega não ter havido intimação pessoal e informa que sua cliente se dispõe a comparecer em nova data a ser posteriormente definida pelos parlamentares. A intimação teria sido entregue ao motorista de Andressa. O depoimento de Andressa está marcado para às 10h15.

Na semana passada, a mulher do contraventor foi acusada de tentar chantagear o juiz responsável pelo caso, Alderico Rocha. Ela foi levada à sede da Polícia Federal de Goiânia para prestar depoimento, e teve de pagar fiança de R$ 100 mil para não ser presa. Além da fiança, Andressa foi proibida pela Justiça de visitar Cachoeira.

Ex-mulher
Na quarta-feira (8), a CPI deve receber Andréa Aprígio, que é ex-mulher do contraventor. Segundo a Polícia Federal, as empresas de Cachoeira estão no nome de Andréa, mas seriam comandadas pelo bicheiro. A ex-mulher de Cachoeira ingressou com um pedido o Supremo Tribunal Federal (STF) pra ficar calada no depoimento.

O habeas corpus foi protocolado na última segunda-feira (30) e, nesta segunda, foi concedido relatora, ministra Rosa Weber.

A defesa pediu "direito de permanecer calada ou em silêncio, de não assinar termo de compromisso de dizer a verdade, de não se autoincriminar, de ser assistida por seus advogados e, principalmente, de não ser presa ou processada por desobediência ou falso testemunho".

Andréa Aprígio dirige a indústria farmacêutica Vitapan, que, segundo investigações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, é comandada pelo bicheiro. A ex-mulher seria uma "laranja" de Cachoeira.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Cachoeira depõe sobre suposta fraude em bilhetagem do DF (Postado por Lucas Pinheiro)

O bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, presta depoimento a partir das 14h desta quarta-feira (1º) na 5ª Vara Criminal de Brasília.

Cachoeira e mais sete pessoas – entre elas o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu – são acusadas pelo Ministério Público do Distrito Federal de tráfico de influência e formação de quadrilha por tentar fraudar o sistema de bilhetagem do transporte público da capital do país.

Os promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do MP concluíram que o grupo de Cachoeira tentou forçar uma dispensa de licitação para a contratação de um sistema de bilhetagem de origem sul-coreana que apenas uma empresa ligada à quadrilha operaria no Brasil.

No final de abril, o porta-voz do governo do Distrito Federal, Ugo Braga, confirmou que pessoas ligadas ao grupo do contraventor entraram em contato com funcionários do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), autarquia responsável pela fiscalização do setor de transportes, para tentar viabilizar negócios com o GDF.

“O esquema de Carlinhos Cachoeira tentou, fez algumas investidas para fazer negócio com o GDF e não conseguiu. A operação de hoje é bem eloquente neste sentido. Nenhuma das pessoas alvo da operação tinha qualquer relação com o governo do DF”, disse Braga na época.

De acordo com o porta-voz, quando assumiu a bilhetagem da Fácil, em junho do ano passado, o GDF cogitou mudar o sistema e teria sido nesta época que representantes do grupo de Cachoeira teriam entrado em contato com funcionários do DFTrans.

Um diretor da autarquia foi afastado preventivamente em maio após ser citado em conversas telefônicas de Cachoeira gravadas pela Polícia Federal. A assessoria de imprensa do DFTrans informou na época que foi o próprio servidor que pediu o afastamento para não atrapalhar as investigações.

Em depoimento no Congresso Nacional em junho, o governador do DF, Agnelo Queiroz, também confirmou a tentativa de fraude.

Ele afirmou que o grupo de Cachoeira tentou introduzir no Distrito Federal um sistema de bilhetagem do transporte público de uma empresa sul-coreana.

"É verdade que houve a trama. Mas o DFTrans não abriu licitação. Como falar em Cachoeira operando licitação no GDF ? Ora, se ele tivesse ligação com o governador, precisaria contratar lobista para chegar até a Secretaria de Transportes? Por favor, não vamos ofender a inteligência alheia", disse Agnelo.

Entenda o caso
Cachoeira está preso desde fevereiro em decorrência de dois mandados de prisão: um é resultado da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal, e outro da Operação Saint Michel, da Polícia Civil e do Ministério Público do DF.

A Saint-Michel é um desdobramento da Operação Monte Carlo, que apurou o envolvimento de agentes públicos e privados em uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal já rejeitou dois pedidos de habeas-corpus apresentados pela defesa de Cachoeira no processo que apura a fraude no sistema de bilhetagem no transporte público do DF.

O bicheiro também é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional que investiga as relações dele com políticos e empresários. Convocado para depor em sessão da CPI, Cachoeira usou o direito constitucional de ficar em silêncio e não respondeu às perguntas dos parlamentares.

Nesta terça (31), o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos informou que não fará mais a defesa do bicheiro. Procurado pela reportagem do G1, Thomaz Bastos se recusou a comentar o assunto. “Não estou falando sobre isso”, afirmou o ex-ministro.

De acordo com o advogado Augusto Botelho, que integra a equipe de Thomaz Bastos, as explicações sobre a saída do caso serão dadas em um momento posterior. O advogado disse que o rompimento do contrato foi amigável e que já estava sendo discutido com a família. A defesa entrará com as renúncias necessárias.