terça-feira, 24 de julho de 2012

Familiares de Cachoeira assistem à audiência e pai diz que 'ele é Cristo' (Postado por Lucas Pinheiro)

Familiares do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acompanham a audiência das testemunhas de acusação do processo referente à Operação Monte Carlo, na qual o bicheiro Carlinhos Cachoeira foi preso no fim de fevereiro. O contraventor e mais sete são réus na ação penal.

A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, foi a primeira a chegar, acompanhada por duas irmãs de Cachoeira e sobrinhas do contraventor. O pai de Cachoeira, Sebastião Ramos, conhecido como Tião Cachoeira, chegou logo depois das 9h. Os familiares do contraventor ocupam 10 lugares nas fileiras localizadas à esquerda de Cachoeira, que está sentado na primeira fila. Logo na chegada, Andressa falou poucas palavras. "Estou ansiosa".

Cercado por jornalistas, Tião Cachoeira defendeu o filho e falou que a Operação Monte Carlo é política.

Perguntado se acreditava na inocência de Carlinhos, ele afirmou: "Inocência?! Ele é um Cristo. Vive sofrendo na mão desse povo, assim como Cristo na cruz", comparou.

Segundo Tião, Cachoeira não é bicheiro e nunca esteve envolvido com jogo. "Eu sei disso porque sou o pai dele. Eu o conheço e dei tudo o que ele tem", enfatizou. Na opinião de Tião, a Operação Monte Carlo está mal contada. Ele chega a sugerir que se trata de algo "encomendado" por políticos envolvidos com o escândalo do mensalão.

Sentado na primeira fila, Carlos Cachoeira não cumprimentou os familiares. Um policial federal armado está sentado ao lado do contraventor, que é acusado de chefiar uma rede de jogos ilegais em Goiás.

Cachoeira veste um terno preto, que foi levado pela mulher ainda na segunda-feira, quando ele chegou a Goiânia para a audiência. O outro réu preso do processo, Gleyb Ferreira da Cruz, apontado na denúncia do Ministério Público Federal de Goiás como auxiliar do contraventor, também acompanha da primeira fileira.

Os demais réus no processo, que chegaram a ser presos mas já foram soltos, estão na segunda fileira: Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, suspeito de ter feito grampos ilegais a mando de Cachoeira; Wladimir Garcez, apontado como elo entre Cachoeira e o governo de Goiás; José Olímpio de Queiroga Neto, suspeito de atuar na abertura e fechamento de pontos de jogo ilegal; Lenine Araújo de Souza, apontado como braço-direito de Cachoeira; e Raimundo Washington de Sousa Queiroga, irmão de José Olímpio.

Revista
Os advogados dos réus pediram para não serem revistados por agentes federais na entrada da Justiça Federal, procedimento pelo qual passaram os demais presentes, como jornalistas e familiares. O juiz concedeu.

O juiz consultou ainda os réus sobre se concordariam em deixar a imprensa fazer imagem e os sete réus presentes discordaram. Parte dos advogados também não quis ser fotografado ou filmado, e o juiz pediu para que os que discordavam se retirarem da sala momentaneamente juntamente com os réus.

"Quem deu a eles o poder de invadir a intimidade, de execrar, de condenar. O juiz não pode compactuar com isso", afirmou o advogado Ney Moura, advogado de Wladimir Garcez.

O Ministério Público Federal chegou a pedir a entrada de cinegrafistas, mas o juiz decidiu deixar a decisão sobre a liberação de imagens da audiência na parte da tarde. Foi permitida apenas a entrada de repórteres. Cinegrafistas e fotógrafos ficaram do lado de fora da sala de audiência.
 

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