sábado, 15 de setembro de 2012

Corregedoria investiga juiz acusado de vender sentença a Cachoeira (Postado por Lucas Pinheiro)

 A corregedora-geral de Justiça do estado de Goiás, desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, abriu nesta semana procedimento administrativo para investigar o juiz Avenir Passo de Oliveira, da 3ª Vara de Fazenda Pública de Goiás, suspeito de vender sentença ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.

A abertura de investigação pela corregedoria estadual foi determinada pelo novo corregedor nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, que assumiu o cargo no último dia 6, em substituição a Eliana Calmon.

 O G1 procurou o juiz por meio da assessoria do Tribunal de Justiça de Goiás, que informou não ter conseguido manter contato com ele. De acordo com a assessoria, um recado foi deixado na caixa postal do celular do magistrado.

Avenir Passo de Oliveira já responde a processo por corrupção passiva no Tribunal de Justiça de Goiás. Ele foi denunciado pelo Ministério Público em 2008 por ter supostamente recebido R$ 95 mil em propina para conceder, em 2002, uma decisão favorável à Gerplan, empresa constituída por Cachoeira para explorar jogos de azar em Goiânia.

Na ocasião, uma lei estadual autorizava a existência de casas jogos, o que foi questionado em ação do Ministério Público de Goiás.

De acordo com a denúncia, por intermédio de um procurador, o juiz teria combinado com Cachoeira o recebimento dos R$ 95 mil.

Em troca do dinheiro, Avenir Passo de Oliveira teria considerado improcedente ação civil pública na qual o Ministério Público alegava ser ilegal contrato da Gerplan com o estado de Goiás.

O Tribunal de Justiça do estado aceitou a denúncia do MP-GO em julho do ano passado, mas ainda não julgou o caso.

 O processo administrativo na corregedoria deverá ser mais rápido. De acordo com a desembargadora Beatriz Figueiredo o prazo para concluir a investigação é de 60 dias, mas pode ser prorrogado por igual período. As penas disciplinares previstas na legislação vão de advertência a aposentadoria compulsória e demissão.

A corregedora afirmou ao G1 que vai avaliar se pede acesso ao inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que resultou em fevereiro na prisão de Cachoeira, apontado como chefe de uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás.

“Eu pedi cópia do processo ao Tribunal de Justiça de Goiás. Ainda não sei se vou pedir o inquérito da Operação Monte Carlo, que tem informações mais recentes. Ainda vou avaliar”, disse.

A desembargadora informou que já comunicou o ministro Francisco Falcão sobre a abertura do procedimento de investigação.

“Esse fato, por algum motivo, não foi objeto de apuração da corregedoria, mesmo havendo uma acusação criminal. Por isso, o CNJ determinou a abertura de investigação”, afirmou a desembargadora, que assumiu a corregedoria em fevereiro de 2011.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

CPI do Cachoeira adia trabalhos até o fim das eleições (Postado por Lucas Pinheiro)

 O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI Mista que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, anunciou nesta terça-feira (4) a suspensão temporária dos trabalhos da comissão.

De acordo com Vital, a falta de quórum motivada pelo período eleitoral foi o principal motivo da suspensão. A parada temporária da comissão foi anunciada após reunião dos líderes partidários da CPI na tarde desta terça. Apenas o PPS não concordou com a decisão.

 “Os fatos se impõem à realidade. Até o final de setembro, não tem como se colocar parlamentar aqui, com a base pressionando pela sua presença na disputa municipal”, disse o senador.

Pelo calendário anunciado, a CPI só voltará a se reunir na primeira semana de outubro, quando o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG) pretende apresentar um relatório preliminar dos trabalhos da comissão. Novas oitivas de testemunhas e a realização de reuniões administrativas para a quebra de sigilo de empresas ligadas à Construtora Delta,suspeita de participar do esquema do contraventor, só devem ser decidas após a as eleições.

Segundo o presidente da comissão, ainda não há definição sobre uma possível prorrogação dos trabalhos da comissão, que oficialmente encerram em novembro. De acordo com Vital do Rêgo, ainda há a possibilidade de estender a linha de investigação da CPI ou até mesmo encerrar a atual comissão e se criar uma nova, caso seja assim definido pelos parlamentares.

“A CPI está indo para o seu término do fato que se propôs, que era investigar as relações do senhor Carlos Cachoeira na região centro-oestre. Este fato está absolutamente em dia. A demanda agora é saber se vamos estender a CPI para as relações empresariais da Delta com empresas de fachada e com o poder público”, disse o senador.

 Nesta terça, a reunião da comissão que seria para a oitiva de testemunhas não contou com nenhum depoimento. O ex-funcionário da construtura Delta André Teixeira Jorge foi liberado pelo presidente da CPI. Jorge conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal que lhe garantiu o direito de permanecer em silêncio.

Já o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que tinha depoimento previsto para esta terça, não compareceu. Leréia encaminhou um comunicado à CPI dizendo que não iria. O comunicado foi lido pelo presidente da comissão, que anunciou que irá definir a data do novo depoente. A deta do novo depoimento do deputado ainda não foi anunciada.

Carlos Alberto Leréia é considerado suspeito de ter envolvimento com os negócios do contraventor. Segundo a Polícia Federal, Leréia mantinha relação próxima com Cachoeira e, conforme gravações de escutas telefônicas, chegou a receber a senha do cartão de crédito do bicheiro.
Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal e que estão com a CPI apontam a proximidade entre o deputado e o contraventor. Em uma das gravações, feita no dia 3 de junho de 2011, Leréia afirma que estava indo à sede da Construtura Delta para conversar com Cachoeira
 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ex-funcionário da Delta é liberado e deputado não vai à CPI (Postado por Lucas Pinheiro)

 O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI Mista que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, dispensou na manhã desta terça-feira (4) o ex-funcionário da construtura Delta André Teixeira Jorge.

O ex-funcionário tinha um habeas corpus para permanecer calado. Mesmo assim, o presidente da comissão perguntou se Jorge aceitaria falar em sessão fechada. Ao anunciar que não falaria, o ex-funcionário da Delta foi dispensado pelo presidente da comissão. A liberação do depoente foi criticada pelo deputado Rubens Bueno (PPS-PR).

“Isto aqui é uma CPI de brincadeira. É isto que estamos vendo. Eu fico muito entristecido com procedimento [...] Estamos vendo aqui que não há uma vontade maior de buscar [investigações]”, disse o deputado.

O vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), afirmou que a comissão está fazendo um trabalho “intenso” para elucidar os fatos, e que todas as contribuições contarão no relatório final. “Eu creio que o procedimento de hoje não tinha como ser diferente [liberação do depoente]”.

A Polícia Federal suspeita que Jorge tenha sido usado como “laranja” pelo grupo de Cachoeira. Segundo a PF, a evolução patrimonial e movimentações financeiras de Jorge são incompatíveis com os rendimentos declarados.

 A Delta, onde Teixeira trabalhava, aparece nas investigações da PF como um dos braços empresariais do grupo de Cachoeira. A empresa é suspeita de ter recebido dinheiro de empresas fantasmas ligadas ao esquema do contraventor. Após a liberação do depoente

Deputado
Já o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que tinha depoimento previsto para esta terça, não compareceu. Leréia encaminhou um comunicado à CPI dizendo que não iria. O comunicado foi lido pelo presidente da comissão, que anunciou que irá definir a data do novo depoente. O deputado deve depor na primeira semana de outubro.

Carlos Alberto Leréia é considerado suspeito de ter envolvimento com os negócios do contraventor. Segundo a Polícia Federal, Leréia mantinha relação próxima com Cachoeira e, conforme gravações de escutas telefônicas, chegou a receber a senha do cartão de crédito do bicheiro.

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal e que estão com a CPI apontam a proximidade entre o deputado e o contraventor. Em uma das gravações, feita no dia 3 de junho de 2011, Leréia afirma que estava indo à sede da Construtura Delta para conversar com Cachoeira.

Reunião administrativa
Ainda na sessão, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) convocou para a tarde desta terça uma reunião de líderes com o objetivo de marcar uma reunião administrativa para a apreciação de requerimentos.

Parlamentares pressionam pela votação de requerimentos que pedem a quebra de sigilos de empresas suspeitas de relação com o esquema do cotraventor.