terça-feira, 27 de novembro de 2012

Relator da CPI admite retirar pedido contra Gurgel em troca de aprovação (Postado por Lucas Pinheiro)

 O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou nesta terça-feira (27) que, para viabilizar a aprovação do relatório, aceita retirar do texto pedido para que o Conselho Nacional do Ministério Público investigue o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele disse ainda que considera retirar pedido de indiciamento de um jornalista da revista “Veja”, outro ponto do parecer criticado por integrantes da CPI.

“Se eles se comprometerem em manter o restante do relatório, eu posso abrir mão disso. Essas duas questões são secundárias. O essencial que faço questão que seja mantido no relatório é o organograma da quadrilha”, afirmou Odair Cunha.

Depois de três adiamentos, a leitura do relatório da comissão foi marcada para a manhã desta quarta-feira (28). O relator havia incluído pedido de investigação de Gurgel por considerar que o procurador demorou para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com autoridades como o ex-senador Demóstenes Torres e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Já o pedido de indiciamento do jornalista se deveu, segundo ele, a gravações telefônicas que demonstrariam relação de ilegalidade com Cachoeira.

O deputado petista vai passar o dia em reuniões para costurar a aprovação do texto. Às 18h, ele se encontra com parlamentares da base aliada, na liderança do PT na Câmara, para fechar a última versão do relatório.

Odair Cunha afirmou que não abrirá mão de pedir o indiciamento do presidente licenciado da construtora Delta, Fernando Cavendish, e destacou que não incluirá pedido de investigação de outros governadores, como o do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e o do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). No relatório, o petista só solicita o indiciamento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

“Eu considero [o pedido de indiciamento] de Cavendish essencial. Nós temos que nos fixar no essencial”, afirmou. Sobre a inclusão de outros governadores no relatório, Odair Cunha diz não haver provas que justifiquem novos pedidos de indiciamento.

“Quanto ao pedido de inclusão de governadores, os nomes citados não foram investigados. Restou comprovado que não houve conivência, por exemplo, do governador Agnelo com a organização criminosa”, afirmou.

Não haverá tempo para imprimir alterações, portanto, elas serão explicadas oralmente na sessão da CPI desta quarta-feira (27). Segundo Cunha, se não houver acordo em torno das modificações, o relatório original será apresentado.

Pressões
Há pressão por parte de parlamentares do PMDB para retirar o pedido de indiciamento de Fernando Cavendish, e o PSDB se opõe ao pedido de investigação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Por outro lado, um grupo de parlamentares integrantes da CPI entregou na semana passada um relatório “independente” a Gurgel, com pedido para que sejam investigados os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB).
 

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